Publicado no Jornal do Comércio em 12/09/2010 através do link: http://200.221.3.197/jornal/busca.php?texto=Como+o+mundo+afeta+nossa+mesa+
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As mudanças climáticas e a globalização têm provocado a alta nos preços de alimentos. As vítimas agora são os produtos derivados de trigo e a carne, que têm chegado à mesa dos brasileiros mais caros este ano. A seca na Rússia é apontada como a grande responsável pelo encarecimento do trigo em todo o mundo. Tanto que, mesmo a quilômetros de distância, o consumidor recifense está pagando mais para comer bolos, massas e pães (ver arte), embora a cesta básica, que contém 12 produtos considerados essenciais, tenha registrado um recuo de 6,28% no mês de agosto. Isso porque há itens em queda, como o tomate que é plantado em Pernambuco e o feijão e o arroz. O problema está nas chamadas commodities, artigos de largo consumo mundial.
O Brasil produz 5,5 milhões de toneladas (t) de trigo por ano, que representa metade das 11 milhões de t que consome. Por isso, precisa importar o grão dos Estados Unidos, Argentina, Canadá e, recentemente, do Paraguai e Uruguai. No cenário internacional, a Rússia é o terceiro maior produtor desse grão e o maior exportador. Uma violenta seca quebrou a safra de 2010, fazendo com que o governo russo proibisse as exportações do produto até 2011 para manter o abastecimento e o preço baixo no seu mercado interno.
A quebra na safra russa fez logo a União Europeia buscar o trigo em outros locais. Diante desse cenário, os fornecedores que vendiam o trigo ao Brasil foram convocados a suprir a demanda do resto do mundo, em especial a Argentina. Essa, com medo da inflação dentro do país, seguiu os passos da Rússia e passou a evitar a exportação do grão.
Os alimentos como trigo, milho, soja e açúcar são considerados commodities porque têm o preço fixado nas bolsas de valores de Chicago e Nova Iorque, ambas nos Estados Unidos. A redução da safra da Rússia coincidiu com o fim da recessão em vários países, o que fez aumentar o consumo de cereais. Com os estoques em baixa e a demanda em alta, os preços subiram vertiginosamente. O trigo acumulou uma alta de 70% desde janeiro na Bolsa de Chicago.
“Os estoques mundiais são os mais baixos desde o primeiro semestre de 2008, quando havia uma grande ameaça de crise dos alimentos”, afirma Rafael Ribeiro, zootecnista e consultor da Scot, empresa de consultoria em agronegócio. Ainda no cenário internacional, a maior produtora de trigo do mundo é a China, com 113 milhões de toneladas que são consumidas todas por lá. “Mas enchentes prejudicaram a produção do grão na China, que também vai ter que importar mais”, afirma o professor do Departamento de Economia da UFPE, Ricardo Chaves.
“No começo do ano, não havia previsão que indicasse o atual cenário. Os estoque mundiais estavam altos, quando fomos pegos de surpresa com o anúncio da suspensão das exportações da Rússia”, explica o vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), José Batista de Oliveira.
Como se não bastasse isso, surge um movimento por parte dos produtores de trigo do Sul do Brasil, especialmente os do Paraná, que poderá elevar ainda mais os preços por aqui. Como exportar tem se mostrado mais vantajoso, eles ameaçam direcionar a produção para fora, caso seus clientes não aceitem uma elevação nos preços. Segundo rumores do mercado, isso faria com que a farinha de trigo subisse 20% e o pão, que já aumentou 5% em agosto, ficaria até 8% mais caro.
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As mudanças climáticas e a globalização têm provocado a alta nos preços de alimentos. As vítimas agora são os produtos derivados de trigo e a carne, que têm chegado à mesa dos brasileiros mais caros este ano. A seca na Rússia é apontada como a grande responsável pelo encarecimento do trigo em todo o mundo. Tanto que, mesmo a quilômetros de distância, o consumidor recifense está pagando mais para comer bolos, massas e pães (ver arte), embora a cesta básica, que contém 12 produtos considerados essenciais, tenha registrado um recuo de 6,28% no mês de agosto. Isso porque há itens em queda, como o tomate que é plantado em Pernambuco e o feijão e o arroz. O problema está nas chamadas commodities, artigos de largo consumo mundial.
O Brasil produz 5,5 milhões de toneladas (t) de trigo por ano, que representa metade das 11 milhões de t que consome. Por isso, precisa importar o grão dos Estados Unidos, Argentina, Canadá e, recentemente, do Paraguai e Uruguai. No cenário internacional, a Rússia é o terceiro maior produtor desse grão e o maior exportador. Uma violenta seca quebrou a safra de 2010, fazendo com que o governo russo proibisse as exportações do produto até 2011 para manter o abastecimento e o preço baixo no seu mercado interno.
A quebra na safra russa fez logo a União Europeia buscar o trigo em outros locais. Diante desse cenário, os fornecedores que vendiam o trigo ao Brasil foram convocados a suprir a demanda do resto do mundo, em especial a Argentina. Essa, com medo da inflação dentro do país, seguiu os passos da Rússia e passou a evitar a exportação do grão.
Os alimentos como trigo, milho, soja e açúcar são considerados commodities porque têm o preço fixado nas bolsas de valores de Chicago e Nova Iorque, ambas nos Estados Unidos. A redução da safra da Rússia coincidiu com o fim da recessão em vários países, o que fez aumentar o consumo de cereais. Com os estoques em baixa e a demanda em alta, os preços subiram vertiginosamente. O trigo acumulou uma alta de 70% desde janeiro na Bolsa de Chicago.
“Os estoques mundiais são os mais baixos desde o primeiro semestre de 2008, quando havia uma grande ameaça de crise dos alimentos”, afirma Rafael Ribeiro, zootecnista e consultor da Scot, empresa de consultoria em agronegócio. Ainda no cenário internacional, a maior produtora de trigo do mundo é a China, com 113 milhões de toneladas que são consumidas todas por lá. “Mas enchentes prejudicaram a produção do grão na China, que também vai ter que importar mais”, afirma o professor do Departamento de Economia da UFPE, Ricardo Chaves.
“No começo do ano, não havia previsão que indicasse o atual cenário. Os estoque mundiais estavam altos, quando fomos pegos de surpresa com o anúncio da suspensão das exportações da Rússia”, explica o vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), José Batista de Oliveira.
Como se não bastasse isso, surge um movimento por parte dos produtores de trigo do Sul do Brasil, especialmente os do Paraná, que poderá elevar ainda mais os preços por aqui. Como exportar tem se mostrado mais vantajoso, eles ameaçam direcionar a produção para fora, caso seus clientes não aceitem uma elevação nos preços. Segundo rumores do mercado, isso faria com que a farinha de trigo subisse 20% e o pão, que já aumentou 5% em agosto, ficaria até 8% mais caro.
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