segunda-feira, 5 de julho de 2010

-> CLIPAGEM: Pesquisa revela impacto do acidente de moto em Pernambuco

No último dia 14, O Jornal do Comercio através do JC ONLINE publicou entrevista sobre revelação dos impactos de acidentes de moto segundo pesquisador da FIOCRUZ, como mostra clipagem na integra a seguir.


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Trânsito // Estudo

Entrevista: pesquisador da Fiocruz revela impacto do acidente de moto no Estado
Publicado em 14.06.2010, às 15h50
Do JC Online


“Os acidentes de transporte constituem epidemias para as sociedades atuais, e entram na agenda da saúde pública com uma das causas de mortalidade por causas externas mais graves”. A afirmação foi extraída da pesquisa desenvolvida pelo Laboratório de Estudos de Violência e Saúde do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães da Fundação Oswaldo Cruz de Pernambuco (Leves / CPqAM / Fiocruz), localizado no câmpus da Universidade Federal do Estado, na Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife.

De acordo com o estudo, que busca identificar os tipos, as causas e os custos dos acidentes de trânsito (incluindo o de motocicletas): “no mundo estima-se que, por ano, mais de 1,2 milhões de óbitos ocorrem devido aos acidentes de transporte e entre 20 e 50 milhões pessoas sofrem ferimentos não fatais.”

Um dos pesquisadores do grupo, o especialista em Engenharia e Administração de Transporte e Tráfego, Paul Nobre, detalha na entrevista concedida ao JC Online, informações vinculadas mais à realidade local, especificamente à situação observada no Estado, no que refere-se ao universo da motocicleta, foco da recente campanha de prevenção lançada nesta segunda (14) pelo Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran).

JC Online - É possível estabelecer um vínculo entre acidentes de motocicletas em Pernambuco com municípios de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)? Quanto mais pobre a cidade, mais acidentes?

Paul Nobre - São vários os artigos científicos que relacionam a morbimortalidade resultante dos acidentes de trânsito a determinantes socioeconômicos tais como: saúde, renda, educação, violência, entre outros. A associação entre miséria e acidente de trânsito têm sido muito robusta e faz sentido.

Qual a posição de mortes causadas por acidentes de moto nas cidades pernambucanas?
Em uma pesquisa realizada pelo Leves, para o período de 2000 a 2005, concluiu-se que, no Estado, existiam cinco conglomerados formados por 16 municípios onde o risco de morrer de acidente de moto foi muito grande. Três desses conglomerados estão localizados no Sertão e dois no Agreste. Esses municípios são - Ouricuri, Trindade e Ipubi, na região de desenvolvimento do Sertão de Araripe; Serra Talhada, Santa Cruz da Baixa Verde, Triunfo, Calumbi e Betânia; nas regiões de desenvolvimento do Sertão do Pajeú e Sertão de Moxotó; Petrolina, Afrânio e Lagoa Grande, na região de desenvolvimento do Sertão de São Francisco; e Brejo, Tacaimbó, São Caetano, Saloá e Bom Conselho, nas regiões de desenvolvimento do Agreste Central e Meridional do Estado. Essas áreas apresentaram coeficiente de mortalidade variando de 5,6 a 11,6 por 100 mil habitantes enquanto a média do Estado foi de 3,47.



CONSULTE
» Site do Laboratório de Estudos de Violência em Saúde (Leves) do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhaes da FIOCRUZ e consulte outros textos e publicações


O acidente de moto congestiona a rede hospitalar pública de Pernambuco?
O acidentado de moto normalmente sofre politraumatismo, o que requer para recuperação mais tempo de internação e consequentemente maior custo. Boa parte (há quem diga 70%) dos leitos de traumatologia de toda rede hospitalar estão disponibilizados para acidentados de trânsito, incluido os motoqueiros.

Qual o panorama mundial e nacional de acidentes de trânsito e seus impactos na sociedade? E como a motocicleta entra nesse contexto?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) teve uma previsão pouco animadora em 2004. Os técnicos e pesquisadores vinculados à entidade previam que em 2020 os acidentes de transporte chegariam a ser a terceira causa de perdas humanas. Isso porque observa-se até hoje que existem poucas iniciativas concretas para reverter o quadro da mortalidade no trânsito no mundo.
No Brasil, por exemplo, os acidentes de transporte já disputam com os homicídios o primeiro lugar nas taxas de mortalidade por causas externas. Nas ruas e estradas do país, segundo o Ministério da Saúde, morreram em 2005 cerca de 36 mil pessoas – taxa de 19,4 mortes por 100 mil habitantes, e mais de 515 mil ficaram feridas, destas 120 mil em estado grave.
O uso de motocicletas como meio de transporte e de trabalho vem aumentando de forma considerável a partir de 1990, intensificando-se depois de 1996. No país, entre 1992 e 2007 as vendas de motocicletas foram multiplicadas por 12 enquanto que as vendas de autos foram multiplicadas por quatro.

Qual a perspectiva para os próximos anos? Mais acidentes?
A produção de motociclos no país teve um crescimento abrupto. Passou de 288.073 unidades em 1996 para 2.004.815 em 2008, crescendo quase 600%, informa a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores e Similares (Abraciclo). O crescimento do coeficiente de mortalidade dos motociclistas por 100 mil habitantes no período 1996-2006 no país foi de 660%, um pouco maior que o crescimento da produção de motocicletas. E em Pernambuco esse coeficiente no mesmo período cresceu 875%, entre 1996 (0,4 por 100 mil habitantes) e 2006 (3,9 por 100 mil habitantes). Entretanto, esse crescimento observado em todo o país e em Pernambuco não deve ser tomado como única causa explicativa para o aumento dos acidentes de moto.


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OBSERVAÇÃO: Clipagem de MATÉRIA DO JC ONLINE publicada em 14 de junho de 2010 contida no link: http://jc.uol.com.br/canal/cotidiano/transito/noticia/2010/06/14/entrevista-pesquisador-da-fiocruz-revela-impacto-do-acidente-de-moto-no-estado-225271.php

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